sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Crisântemos Amarelos




Nós temos um amigo lá em Santa Maria,que foi nosso colega ainda do tempo de segundo grau, lá no colégio Maria Rocha. Eles montaram uma  floricultura,e a sua mulher é quem administra juntamente com uma sócia. A minha  “schatz” querendo ser gentil e incentivar o negócio achou que devíamos comprar alguma coisa dela.Fez uma visita,à sua floricultura,  e encontrou um vaso com “crisântemos amarelos” e resolveu levar aquele.A nossa amiga e  proprietária majoritária da loja, disse-lhe :o quê , tu gostas de amarelo ? O’ Mein Gott!” seria a última cor no mundo que eu escolheria pra comprar.Esse vaso está  aí por insistência do vendedor, pois eu não queria,nem escolheria tal “cor”

A minha mulher ,meio sem graça,disse-lhe :pois é,  eu gosto dessa cor,ela irradia luz e alegria.Ela me traz  entusiasmo e disposição Lembra-me  aqueles dias de início de primavera:claros , ensolarados e floridos, em que podemos, numa passegiatta,   ver e ouvir a natureza despertando.Claro que isso é uma sentimento pessoal e se deve a uma sensibilidade interior, em parar e se extasiar  com o gorjeio afinado e solitário de uma sabiá ,Tem pessoas que não sabem nem o que é um sabiá e muito menos que o seu gorjeio pode causar.  

Em casa, ela me contou sobre o ocorrido e disse-me :ela devia ter ficado contente que eu comprei alguma coisa.Não,ela criticou pela escolha da cor.
Pois bem... Tem certas ocorrências na vida ,que parecem vir exatamente,para realçar, despertar certas luzes interiores e fazer aflorar ou despertar certas latências,que nem pensávamos existir.A partir desse episódio passei a glorificar mais o amarelo, terno e claro como aquele da Alamanda Amarela, que aquela menina andaluz adornava os seus  cabelos negros e luzidios,nas tardes dos domingos das minhas lembranças.

JATeixeira

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A Circular de Veranópolis



Uma ocasião, no colégio agrícola de Varanópolis, o professor de entomologia discorria sobre uma nova praga de cochonilhas extremamente agressiva que estava afetando os parreirais da região e reduzindo drasticamente a produção vitevinícola.  Ele falava quanto a fitotoxidade e do potencial virulento das suas enzimas digestivas ; sobre as que atacavam o tronco  e não lembrava o nome científico que  resultava nas folhas enegrecidas (fumagina) e o difícil controle da nova praga .E Praticamente as informações sobre a controle  dessa mutante na cultura da videira ,o que praticamente impedia as medidas de controle.

Então ele pediu a um aluno para ir buscar a circular da Emater, que tratava do assunto.

 

O aluno saiu para buscar a circular e se demorava enquanto o professor mostrava uns slides sobre outras cochonilhas igualmente virulentas mas,de controle mais efetivo ...

E o aluno não voltava...O professor já impaciente encerrava a aula quando ele chegou .E daí,porque demoraste tanto???

Ah! Professor,scusa,mas estava muito difícil para tirar foi preciso usar uma chave e óleo pra afrouxar o parafuso.Estava bem emperrado.

Que parafuso?:De que estás falando ?

Da circular.Eu fui lá na oficina pra buscar a circular que o Sr.pediu.

Na Oficina? Ela estava em cima da minha mesa, eu te disse.

É mas como não vi, e esta da oficina estava sem uso, eu trouxe esta.

E exibiu um baita disco de serra circular, de uns 80cm de diâmetro

Mas isto é uma circular de serrar madeira. Eu te pedi a circular sobre as cochonilhas, da Emater.É uma folha de papel que trata do combate a essa nova praga.

Ah! É ? Porco zio ! Pensei que era essa de fazer as caixas pra uva . 

Ficou conhecido por "circular",até hoje !

 

JATeixeira

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Radio Amadorismo I



Para aqueles que gostam verdadeiramente , o Radio Amadorismo, é um hobby que embora muitas vezes estejam afastados por razões diversas e estejam adormecidos em suas participações, essa chama,parece presa num altar interior e jamais será extinta.Antigamente era até um ritual:ligar o equipamento,esperar que aquecesse,fazer a sintonia e lançar alguma chamado geral e esperar uma contestação.Hoje não precisa mais esperar que aqueça as válvulas ,não têm mais válvulas ;pra desencanto de purista e saudosistas que insistem em dizer que elas oferecem o som mais puro e cristalino.Sei lá,são outros tempos.Temos que nos adequar a momento.Só permaneceram ou permanecem aqueles que realmente gostam do Radioamadorismo, aqueles que o usavam como telefone,se despediram e migraram pro celular.

Quando criança, entramos em contato com alguns Radio Amadores nas praças ,nos eventos de divulgação; nas feiras, nas datas festivas e imaginávamos dar a volta ao mundo usando o sistema de transmissão e fazer amigos a longa distância...e mesmo sem ter sido, por esses ,diretamente estimulado a essa prática ;silenciosamente o “germe” da radiofreqüência nos contaminou, e sua manifestação , todavia, só muito tardiamente veio a se manifestar,talvez porque sempre estivera ali ,latente,esperando o momento certo para eclodir.

Na infância, lembro-me os operadores de telegrafia ,nas estações da estrada de ferro ,com aquele pica-pau :di di di di di....dá dá di di di dá... e diziam que estavam telegrafando e como sabíamos que as mensagens que eram entregues escritas ,ao andar pelos trilhos da ferrovia atirávamos pedras nos fios de transmissão, para vê-las cair...

Nos anos ’80 um “Demarchi”,zio da mulher de um nosso amigo,Pastore, tinha um transmissor (RTX) 11 metros,parece-me que “President” e uma linear “Mac L 500”,valvulada que não era uma linear tipo essas transistorizadas,fabril,sem graça .

A Mac L,não,aquilo era uma obra de arte,que quem vê nunca esquece!. Aquele amor a primeira vista, que cativa, apaixona só em vê-la. Até parece que nós olhamos pra ela e fomos correspondidos. Não foi aquele amor da menina da Andaluzia, com a alamanda amarela preso aos sedosos cabelos negros, que ternamente se encaracolava e suave caía sobre os ombros ,dando-lhe um ar misto de: timidez e marotisse. Esse tipo de lânguido e doce olhar abre uma torrente de paixão que era prisioneiro em algum compartimento secreto, que só as verdadeiras e tórridas paixões despertam... Mas o namoro,à semelhança da menina andaluz, também não ocorreu .Ele queria trocar aquela estação em um VHS,a tentação de consumo do momento U$US300,00).Gostaria de vê-la funcionando,de estabelecer algum contato,antes de decidir-me,pagaria com prazer,se gostasse. Mas, foi ficando pra depois, pra outro dia...e mais uma vez,como a menina da Andaluzia fui preterido por outro.Ele vendeu a um alemão lá de Treze Tílias,tão distante .Nunca mais vi aquela Mac L 500 ,ficou só nas minhas lembranças .Ela na serra e eu aqui no vale...mas ,sem mas ...apenas meras casualidades da vida e destino que nos reserva os caminhos escolhidos ou trilhados... !

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Juanita



 

Juanita, Juanita não aperta que ela grita !

 

A minha amiga Juanita,vive lá, num ribeirãozinho,no interior da “Neue Heimat” Está sempre cheia de histórias interessantes, pra contar

Em dia desses ela me contou uma novidade.

-Sabes que a Mári comprou um carro novo.

Ah! É? E que carro ela comprou  Juanita ?

Não sei a marca,só que é  uma nome de fêmea.

Um nome de fêmea? Huuum !,interessante

Que nome de fêmea ,seria este !?

 

Bah! Mas que carro tem nome de fêmea?Não lembro de nenhum nome.

É nacional?

Acho que é...

É da Fiat, Idéia ?

Não,não é esse,é outro nome

Seria por acaso Belina ???

Não,não esse é um carro novo ,atual.

Ah! Já me lembrei:Eco sport .

Eco Sport  é um nome  de mulher ?

Não é nome de mulher .É nome de fêmea

- É UMA Eco Sport.,não é ???

-E UMA  .  não é fêmea ???

Já ! Klar, ganz klar.Natürlich

Claro, tive que concordar, pois sei das fama da teimosia do alemão.Embora, concorde com o refrão corrente: “O alemão não é teimoso.Teimoso mesmo,é aquele que teima com um alemão”

JATeixeira